
A menos de dois meses do prazo final para conseguir o registro que lhe
permite disputar as eleições de 2014, a Rede Sustentabilidade
intensificou sua pressão sobre a Justiça Eleitoral para tentar garantir a
formalização da sigla a tempo da disputa.
Ao mesmo tempo em que pediu para se reunir com a cúpula do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) para tratar dos atrasos na validação de
assinaturas, decidiu que, se até a semana que vem os cartórios
eleitorais não analisarem as fichas de apoio enviadas pela sigla, irá
solicitar seu registro mesmo sem essa formalização, apenas com o
protocolo que confirma a entrega dos apoiamentos.
Dessa maneira, o partido tenta transferir às instâncias superiores da
Justiça Eleitoral a responsabilidade pelo atraso dos cartórios.
"A
rigor, a Rede já fez a sua parte e já enviou mais assinaturas que o
necessário.
Vai depender da Justiça dar sua resposta à população", diz
André Lima, membro da Executiva provisória do partido, que atua na área
jurídica da sigla.
A Rede é hoje o partido mais provável para a candidatura da ex-senadora
Marina Silva, que aparece em segundo lugar na pesquisa Datafolha
divulgada no domingo, com 26% das intenções.
Para que Marina possa se candidatar pela Rede, o partido precisa ser
formalizado até o início de outubro --um ano antes das eleições.
A sigla esbarra na demora de cartórios eleitorais para
certificar as 492 mil assinaturas necessárias, o partido diz já ter
encaminhado 553 mil fichas aos postos, das quais cerca de 150 mil não
tinham sido analisadas dentro do prazo de quinze dias estabelecido pela
lei.
Ontem, a Rede solicitou uma audiência com a presidente do TSE, ministra
Cármen Lúcia e disse que também pediria um encontro com a corregedoria
da corte.
Quer cobrar ação para que as instâncias inferiores cumpram
prazos estabelecidos e questionar o não cumprimento de outros pontos da
Lei Eleitoral.
Eles dizem, por exemplo, que não recebem justificativa de cartórios
sobre as assinaturas não validadas.
Também se queixam da diferença de
critérios.
"Há cartórios em que 95% são aprovadas e outros em que mais
da metade é rejeitada", diz Lima.
Em alguns Estados, a Rede faz mutirões para acompanhar o processo de
conferência das assinaturas.
"É na base do corpo a corpo.
A gente tem
que fazer essa militância para dar agilidade", diz o
coordenador-executivo do partido, Bazileu Margarido.
ATALHO
Depois da validação das assinaturas e de obter o registro em nove
Estados, o partido precisa ainda solicitar ao TSE o registro definitivo, processo que pode levar 45 dias.
Para ganhar tempo, o partido também cogita seguir estratégias adotadas
por Gilberto Kassab para criar o PSD, como remeter assinaturas validadas
em cartórios diretamente ao TSE, sem usar TREs como intermediários.
"Pode ser que isso se torne uma necessidade para uma parte residual, de
10% a 15% do total", afirma Lima.
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