A crise de representatividade dos governantes e a falta de sensibilidade dos partidos políticos de atender aos anseios da população são apresentadas por especialistas como a raiz dos protestos de rua que tomaram conta do Brasil no último mês. Quem vem sendo apontada como a provável herdeira desse movimento de insatisfeitos é a ex-senadora Marina Silva.
Nas últimas pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2014, Marina surge como a primeira candidata capaz de desbancar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, que hoje teria 40% dos votos, contra 22% da ex-senadora. Apesar da popularidade na corrida presidencial, para o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), Marina é um “zero a esquerda completo”.
“Ela precisa entender que aqueles 20% de votos válidos não são dela”, destaca se referindo ao percentual que a ex-petista obteve nas eleições de 2010 e que não pode ser atribuído, unicamente, ao prestigio pessoal dele. Ciro afirma que essa visão errônea não demonstra que a ex-ministra do Governo Lula teria força junto às urnas para derrotar a presidente Dilma no ano que vem.
Mas, diante de um fenômeno que deve influenciar nos palanques de 2014, o socialista admite que essa onda de manifestações desaguará em modificações imprevisíveis.
“Uma pessoa que diz que o partido [Rede, que a ex-senadora pretende criar] não é de centro, nem de esquerda ou direita, quer o quê? Também não concordo com a redução dos rótulos, mas no mundo não tem muita saída. Sobre o debate penal, por exemplo, ou o aborto, eu dei minha opinião arrostando 99 % das pessoas, arriscando-me a ser proscrito. Mas minha opinião é essa. Pergunta a da Marina”, frisou.
Para Ciro, essa é uma das questões que mostra as incoerências de uma candidata que se propõe diferente da imagem de um político tradicional, mas que teve como vice, na chapa de 2010, o dono da Natura, que tem, segundo Ciro, milhões de multa do Ibama.
Na contramão, o jornalista espanhol Juan Arias crê que a atual oferta do mercado de partidos político não satisfaz as demandas da sociedade e esse movimento dos insatisfeitos cairá, sim, no colo de um político como Marina Silva. “Essa crise atinge a todos os partidos. Acredito que nascerá, a partir daí, uma nova oposição. A Marina é uma forte candidata a arrecadar essa expressão política”, sentencia.
Fonte: Aqui CE.
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